quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A rã e a panela

Certa vez ouvi uma história sobre a maneira como é preparada a rã na culinária. O bichinho vem todo inocente e vivo para a cozinha sem saber que está ali para ser abatido e devorado. A água é colocada na panela e levada ao fogo. A rã é jogada ali dentro viva. Assim que entra ela sente a água ainda fria, estranha um pouco o ambiente, mas de repente a água começa a ficar morna proporcionando uma sensação boa, ela começa a se animar, pois está gostosa a água. Vai nadando bem alegremente de um lado a outro da panela pensando como são bons aqueles seres que a colocaram ali em uma piscina tão gostosa e quentinha. De repente a água começa a esquentar mais do que ela estava pensando e ela já começa a se sentir incomodada.
Deseja sair mas não consegue pois a água quente começa a esquentá-la por dentro e a deixá-la sem forças. Se sente só, pois ninguém a tira de lá, mesmo vendo sua agonia. A água levanta fervura e no auge de sua luta, não tem mais forças e acaba se entregando e morrendo, se transformando em mais um prato a ser degustado.
A história da rã me fez lembrar da maneira como tudo que está a nossa volta tem a capacidade de nos influenciar pouco a pouco, até chegar ao ponto em que a fervura levanta e não temos mais força para sair da água. Porém, diferentemente da rã, temos o poder da escolha, o livre arbítrio, podemos escolher entrar ou não na panela, na panela das coisas que todo mundo faz, das regras que o mundo dita, na panela do consumismo exacerbado, das aparências. Pouco a pouco a água vai esquentando e quem está dentro dela não percebe que pode perecer quando abre demais a mente ao mundo, aceitando, se conformando e se juntando a ideias que não fazem parte de sua própria natureza, de sua verdadeira essência, do seu caminho original.
E você? Está dentro ou fora da panela?

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