Todos os dias ouvimos falar de pessoas que se convertem, entregam sua vida a Jesus, outros dizem até "passa pra crente", entre vários outros termos que significam que aquela pessoa decidiu mudar de vida e frequentar uma igreja evangélica. Exteriormente é o que acontece, o comportamento da pessoa muda, a maioria de suas práticas anteriores ela não tem mais. O vício em cigarro, bebidas, jogo, muitas vezes sexo, vício no passado, são deixados de lado em prol de uma vida de fé, livre de vícios que amarram e somente traziam derrota à vida daquela pessoa.
Porém interiormente o que acontece é que aquela pessoa se arrependeu de tudo que fazia, algo tocou sua vida tão profundamente que ela não quer mais permanecer no comportamento antigo. Este é o sentido da verdadeira conversão: deixar antigos costumes que só traziam escravidão e tristeza, nenhuma resposta e sentido, para uma vida livre e leve, com a presença de Jesus a todo tempo nos dando forças.
O arrependimento é uma palavra que às vezes é confundida com remorso, culpa, peso. Quando alguém se arrepende de algo que fez os primeiros sentimentos realmente são esses. Muitas vezes vemos pessoas que se dizem de "personalidade forte" dizerem não se arrependerem de nada que fazem, de nunca se arrependerem de suas atitudes. É muito triste pois mesmo sabendo às vezes que não agiram muito corretamente, preferem se prender à falta de humildade do que reconhecer que poderiam ter agido de maneira diferente.
Na verdade, o arrependimento a que se refere este post é o genuíno que acontece quando uma pessoa decide mudar a sua vida de direção. E para entender o porquê do arrependimento, temos que entender que existe em nossa vida, em nosso destino, um primeiro caminho, uma vereda antiga, um caminho do primeiro amor, um caminho que diz respeito à nossa origem e inocência primeira. Um caminho de "dias felizes", que não é influenciado por todas as coisas que nos acontecem durante a vida, nem as coisas que aconteceram na vida de nossos pais e que tanto nos influenciaram. Nós somos hoje resultado das escolhas que nossos pais fizeram. Claro, chega uma etapa em nossa vida que tomamos conta de nosso destino, mas o que nos molda, o que forma o nosso caráter, o que nos dá a base e nos influencia grandemente e poderosamente, é a criação que tivemos e todas as coisas (boas ou ruins) decorrentes dela, levando em conta também todos problemas de cunho social e econômico que definem muito o que somos também.
O amor primeiro é o amor de origem, o amor puro e inocente, o amor intocável e verdadeiro. É o amor verdadeiro, o chamado amor Ágape. Este amor é o amor primeiro de Deus em nossa vida e para todos nós de maneira igual. É o início de tudo, é o plano perfeito de Deus para nossas vidas. Então quando uma pessoa se converte, algo dentro dela faz com que ela se constranja com todas as coisas que em sua origem ela mesma considera errada e se arrependa. Este arrependimento faz com que seja gerada uma tristeza muito grande por tudo de ruim que esta pessoa fez com ela mesma, por exemplo, a quantidade de cigarros que ela fumou, o sexo com tantas pessoas ignorando os seus próprios sentimentos verdadeiros, drogas, bebidas, tantas outras coisas que ela fez de errado com ela mesma e que a distanciou tanto do primeiro caminho que Deus traçou pra ela. Este é o verdadeiro arrependimento, é a dor seguido da vontade de mudar de vida. A força vem de Deus, de Jesus, do Espírito Santo, que tanto esperam pra que a cada dia mais pessoas se arrependam, corram para os braços do Pai e encontrem o seu verdadeiro caminho, o caminho da vereda antiga...
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
domingo, 5 de dezembro de 2010
Temos que batalhar por tudo que já é nosso por herança...
Este título sugere algo paradoxo não é? "Temos que lutar por tudo que já é nosso por herança". Se já é nosso por herança então por que temos que lutar? Usualmente falando a palavra herança significa que o filho ou o herdeiro terá tudo que é do pai ou seu responsável ou de qualquer pessoa que tenha deixado registrado em um testamento sem o menor esforço, somente o de superar a morte do que o presenteou. Herança é isso, você herda, é seu, simplesmente, sem esforço nenhum, e ninguém pode fazer nada contra. Você não precisará batalhar para conseguir sua herança, ela é sua. As rainhas da Inglaterra não precisam batalhar para conquistarem as joias da coroa, são delas a partir do momento em que conquistam o trono.
Porém vejo registrado na história uma herança que foi entregue mas não foi tão facilmente conquistada assim: a conquista de Canaã.
Esta foi uma terra prometida a Israel, era dela pronto e acabou, o testamento estava assinado por ninguém mais ninguém menos que o Senhor dos Exércitos, que é dono de toda a terra, assim como todo ouro e prata contido nela. Só que para Israel conquistar a terra que já era dela por herança, ela não somente teve que esperar seus reis morrerem, mas lutar, entregar seu suor e sangue, e vidas de muitos soldados, para poderem possui-la. Os 13 reis que o Senhor entregou nas mãos de Israel não foram simplesmente entregues já derrotados. A vitória sim, já era de Israel, e quando não havia forças suficientes, o Senhor providenciava sua vitória de outras formas milagrosas, que faziam todos os povos temerem ao Deus de Israel. Mas Israel lutou, fez sua parte, batalhou, tomou posse da vitória que já era dela e entregou o seu suor e sangue nas batalhas travadas entre todos os reinos que faziam parte de Canaã e realmente assumiram sua terra, realizaram seus sonhos e conquistaram sua vitória.
Para nós hoje creio que o paradoxo da herança por conquista é o mesmo. Deus já nos deu a vitória por herança, somos hoje o exército de Israel, quando nos faltarem forças Ele lutará por nós, derrotará nossos inimigos e no final de tudo a vitória é nossa...
Porém vejo registrado na história uma herança que foi entregue mas não foi tão facilmente conquistada assim: a conquista de Canaã.
Esta foi uma terra prometida a Israel, era dela pronto e acabou, o testamento estava assinado por ninguém mais ninguém menos que o Senhor dos Exércitos, que é dono de toda a terra, assim como todo ouro e prata contido nela. Só que para Israel conquistar a terra que já era dela por herança, ela não somente teve que esperar seus reis morrerem, mas lutar, entregar seu suor e sangue, e vidas de muitos soldados, para poderem possui-la. Os 13 reis que o Senhor entregou nas mãos de Israel não foram simplesmente entregues já derrotados. A vitória sim, já era de Israel, e quando não havia forças suficientes, o Senhor providenciava sua vitória de outras formas milagrosas, que faziam todos os povos temerem ao Deus de Israel. Mas Israel lutou, fez sua parte, batalhou, tomou posse da vitória que já era dela e entregou o seu suor e sangue nas batalhas travadas entre todos os reinos que faziam parte de Canaã e realmente assumiram sua terra, realizaram seus sonhos e conquistaram sua vitória.
Para nós hoje creio que o paradoxo da herança por conquista é o mesmo. Deus já nos deu a vitória por herança, somos hoje o exército de Israel, quando nos faltarem forças Ele lutará por nós, derrotará nossos inimigos e no final de tudo a vitória é nossa...
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre...
Sabe que lendo os livros de Êxodo, Levítico, principalmente Números, percebi que estamos distantes de compreender sobre Deus e a maneira de como Ele age. Quando vejo que Moisés a todo tempo fez o papel de intercessor por aquele povo, que lamentava, pecava, adorava outros ídolos, em momentos em que Deus estava prestes a destruir o povo, Moisés ia lá, clamava, pedia pelo povo, dava sua palavra de que o pecado não aconteceria novamente e eles ainda pecavam.
Vemos tanto sobre o evangelho da graça, do Deus misericordioso, que perdoa constantemente nossos pecados diários e "pequenos", esporádicos e "maiores", que esquecemos que a própria Palavra diz que Ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre. Penso que brincamos muito com a graça de Deus, com Sua misericórdia, brincamos muito com o sangue que Jesus derramou na cruz quando não nos esforçamos para sermos melhores e abandonar práticas e "pecadinhos".
O Deus naquela época agia com severidade com o pecado, demonstrava sua ira mandando pragas, dizimando povos inteiros a uma só ordem. Ele não suportava ver o povo que Ele mesmo criou adorando outros deuses ou Lhe desobedecendo. Tudo foi feito e criado com a mais perfeita ordem por Ele e era pra ser mesmo tudo as mil maravilhas para o homem, mas preferimos deixar nosso Pai irado. Fico pensando, se hoje Ele é o mesmo de ontem, que diferença há na maneira que Ele pensa a respeito de nossa vida, de nossos pecados? A graça mudou o critério de Deus? Ele deixou de ser imutável há 2010 anos atrás por causa da graça? Acredito que nem preciso responder que não, né. A graça veio pra que alcancemos a misericórdia d'Ele simplesmente através do sangue de Jesus, nós não precisaremos mais de um Moisés, que foi tão importante para aquele povo na época, povo que ainda assim insistia em desobedecer. Mas o critério que Ele estabeleceu para a desobediência ainda é o mesmo daquele tempo. Ele amou o povo de Israel de uma forma que não podemos compreender, é um amor que constrange, um amor que protege e que quando é correspondido com ingratidão por nossa parte, fez com nosso Pai sentisse essa dor e reagisse da forma como Ele reagiu.
Só que hoje compreendo que a dor que Ele sentia pelos pecados de Israel é a mesma que Ele sente hoje ao ver tanta violência, tanta rejeição ao seu amor, ao ver cada vez mais pecados se transformando em iniquidade, ao ver tanto desequilíbrio da natureza e das coisas que foram criadas na mais perfeita ordem. Sua maneira de reagir já foi diferente, Sua ira não se manifesta mais como se manifestava aquele tempo, porque um sangue precioso já foi derramado para que pudéssemos ter acesso a Ele. Tudo que compreendemos sobre a justiça que desejamos que Deus faça a pessoas que cometem erros ou que vão contra as leis de Deus é a mera consequência das próprias escolhas que cada um hoje faz. Quando Jesus veio, ele encerrou a época do Deus irado e implacável, para que a partir daí fosse conhecido o Deus de amor e misericórdia. Porém o amor e a misericórdia estavam presentes no Deus irado e implacável, assim como a ira, a corretitude e a justiça também estão presentes no Deus de misericórdia e amor...
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Pensamentos...
Atualmente me encontro naquele impasse que acredito que toda mulher alguma vez na vida já passou. Fico a repensar meu papel como mulher nessa terra e tento encontrar prioridades a serem seguidas em desempenhar as funções de mãe, esposa, profissional, mulher de Deus, em ser eu mesma, com meu jeito e manias de sempre. Tento romper a todo momento, me aprofundar cada dia mais nos relacionamentos com filha e esposo, com Deus e comigo mesma. Porém estes momentos contrastam com profundas dúvidas e incertezas em relação a tudo que pretendo fazer na vida.
Descobri então que estes momentos contrastantes me mostram que ainda não consegui viver à altura das expectativas que criei ao meu próprio respeito. Sempre penso que deveria estar em um lugar melhor na carreira, na vida, na igreja, em qualquer lugar, menos onde estou agora. E pensar assim é um problema.
Descobri então que estes momentos contrastantes me mostram que ainda não consegui viver à altura das expectativas que criei ao meu próprio respeito. Sempre penso que deveria estar em um lugar melhor na carreira, na vida, na igreja, em qualquer lugar, menos onde estou agora. E pensar assim é um problema.
Quando penso assim, estou dizendo a mim mesma e ao meu Deus que sou melhor que Ele, que meus planos são melhores que os d’Ele, e a frustração que sinto às vezes só ressalta o orgulho que precisa ser quebrado urgentemente. Vivo em uma montanha russa de euforia e depressão. A euforia vem quando realizo algo pequeno, quando falo a alguém alguma coisa que edifica, quando fico à mercê da minha própria capacidade de falar ou de me calar, quando realizo algo que me deixa simplesmente satisfeita. Isto também é um problema, pois acredito que até hoje não consegui assumir minha condição do nada que sou diante de Deus, e consequentemente, não consegui adentrar uma realidade mais profunda de um relacionamento com Ele. Isso nada tem a ver com teologia, nada tem a ver com legalismo, ou com o que igreja propõe ou deixa de propor como relacionamento. Tem a ver com a minha falta de capacidade de aceitar minha impotência e desamparo. Concordo plenamente com Brennan Manning quando ele diz que “somente reconhecendo que sou miserável à porta da misericórdia de Deus, Ele poderá fazer algo belo por mim”.
Acredito que seja este o sentido do versículo “que Ele cresça, e eu diminua” (Jo 3:30). Nesse momento não falo a meu próprio respeito, mas creio que não é muito fácil pra um ser humano dotado de inteligência, com todas as suas capacidades trabalhadas ao longo da vida, que foi preparado para fazer aquilo que escolheu fazer da vida, pagou um preço, se esforçou, possui diplomas estampados em suas paredes, mente moldada ao longo da vida de conhecimento, raciocínio científico e metodológico, simplesmente se anular, se entregar a uma graça simples, a um Deus misericordioso, que para que seja visto e conhecido por nós, nos é necessário rebaixar, abrir mão de tanto conhecimento e nos colocar no nível do menor dos menores, do mais inocente em conhecimento. Esse Deus tão poderoso, que nos dota de tanta capacidade e inteligência, quer que tenhamos a mente de uma criança para nos relacionarmos com Ele.
E Deus não é um Deus paradoxal, Ele é único. Se ainda tenho tanta dúvida, se ainda vivo nesta montanha russa, preciso desesperadamente compreender Sua graça. Ainda não a conheço como ela realmente é, e de tudo que penso que preciso na vida, o essencial é conhecê-la, encontrá-la e vivê-la...
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