quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Pensamentos...

Atualmente me encontro naquele impasse que acredito que toda mulher alguma vez na vida já passou. Fico a repensar meu papel como mulher nessa terra e tento encontrar prioridades a serem seguidas em desempenhar as funções de mãe, esposa, profissional, mulher de Deus, em ser eu mesma, com meu jeito e manias de sempre. Tento romper a todo momento, me aprofundar cada dia mais nos relacionamentos com filha e esposo, com Deus e comigo mesma. Porém estes momentos contrastam com profundas dúvidas e incertezas em relação a tudo que pretendo fazer na vida.
Descobri então que estes momentos contrastantes me mostram que ainda não consegui viver à altura das expectativas que criei ao meu próprio respeito. Sempre penso que deveria estar em um lugar melhor na carreira, na vida, na igreja, em qualquer lugar, menos onde estou agora. E pensar assim é um problema.
Quando penso assim, estou dizendo a mim mesma e ao meu Deus que sou melhor que Ele, que meus planos são melhores que os d’Ele, e a frustração que sinto às vezes só ressalta o orgulho que precisa ser quebrado urgentemente. Vivo em uma montanha russa de euforia e depressão. A euforia vem quando realizo algo pequeno, quando falo a alguém alguma coisa que edifica, quando fico à mercê da minha própria capacidade de falar ou de me calar, quando realizo algo que me deixa simplesmente satisfeita. Isto também é um problema, pois acredito que até hoje não consegui assumir minha condição do nada que sou diante de Deus, e consequentemente, não consegui adentrar uma realidade mais profunda de um relacionamento com Ele. Isso nada tem a ver com teologia, nada tem a ver com legalismo, ou com o que igreja propõe ou deixa de propor como relacionamento. Tem a ver com a minha falta de capacidade de aceitar minha impotência e desamparo. Concordo plenamente com Brennan Manning quando ele diz que “somente reconhecendo que sou miserável à porta da misericórdia de Deus, Ele poderá fazer algo belo por mim”.
Acredito que seja este o sentido do versículo “que Ele cresça, e eu diminua” (Jo 3:30). Nesse momento não falo a meu próprio respeito, mas creio que não é muito fácil pra um ser humano dotado de inteligência, com todas as suas capacidades trabalhadas ao longo da vida, que foi preparado para fazer aquilo que escolheu fazer da vida, pagou um preço, se esforçou, possui diplomas estampados em suas paredes, mente moldada ao longo da vida de conhecimento, raciocínio científico e metodológico, simplesmente se anular, se entregar a uma graça simples, a um Deus misericordioso, que para que seja visto e conhecido por nós, nos é necessário rebaixar, abrir mão de tanto conhecimento e nos colocar no nível do menor dos menores, do mais inocente em conhecimento. Esse Deus tão poderoso, que nos dota de tanta capacidade e inteligência, quer que tenhamos a mente de uma criança para nos relacionarmos com Ele.
E Deus não é um Deus paradoxal, Ele é único. Se ainda tenho tanta dúvida, se ainda vivo nesta montanha russa, preciso desesperadamente compreender Sua graça. Ainda não a conheço como ela realmente é, e de tudo que penso que preciso na vida, o essencial é conhecê-la, encontrá-la e vivê-la...

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